Imaginem que têm um banner que não funciona. Acontece, sempre aconteceu com toda a publicidade haver peças que não funcionam. O facto de ser um banner é que permite sabê-lo pois na internet há medição e até se sabe quando não funciona.
Nesse caso, qualquer anunciante com bom senso e sentido de responsabilidade desataria a espernear até substituir o mono por outra execução mais eficiente. Certo? Não, errado. A generalidade dos anunciantes entorpecidos por décadas de imobilidade deixaria a coisa a rolar, consumindo todos os recursos do seu planeamento independentemente do resultado. Mais ainda, a maioria dos anunciantes teria o cuidado de nem sequer medir os efeitos das suas peças para não ser confrontado com estas dúvidas existenciais.
Ter um banner que não funciona é uma chatice. É preciso pedir à agencia criativa que faça um novo, pagar novo fee de produção e aturar o account reclamar que estão destruir a marca. Também é preciso pedir à agencia de meios que faça relatórios que contenham informação sobre os resultados da publicidade em vez de apenas acompanhar o cumprimento do calendário de inserções. Depois há os media que ofereceram enormes descontos na condição de o dinheiro não ser questionado. No meio disto tudo a agência de comunicação quer fazer uma grande festa com croquetes e responsabilidade social para sair nas notícias. Tudo isto dentro das relações dos fornecedores do banner.
Acresce que para dentro da empresa os resultados do banner podem ser maus porque o site está mal construído,e não consegue converter o tráfego em vendas e como tal será preciso incomodar o IT para que eles parem de inventar passwords. Mais aborrecido é ter de confrontar a força de vendas que prefere queixar-se da concorrência e baixar os preços a aprender a vender a potenciais clientes que ainda precisam de ser convencidos. Com o pano de fundo da administração só se preocupa que o reporte trimestral pareça ajuizado.
Posto isto, mais vale não medir o efeito do banner, mais vale assumir que todos os banners são bons, mais vale assumir que a publicidade na internet nunca aconteceu.