Destruição criativa
Dois factos comprovados:
- Foram precisos um pouco mais de 10.000 anos para que os caçadores-recolectores do mundo migrassem para a actividade mais produtiva de agricultura-pastorícia. Deste então todas as outras revoluções tecnológicas demoraram cada vez menos tempo. Sendo que estamos actualmente em ciclos de umas décadas para se fazer a total reconversão.
- As bombas atómicas, antes de explodir, implodem, criando um vácuo mais forte que a explosão de muitas bombas tradicionais. Tal como nos processos de destruição criativa, a substituição por uma forma emergente mais poderosa faz-se na sequência de uma contracção depressiva.
Aquilo que o mundo está a assistir por estes dias é apenas o efeito de contracção correspondente a uma explosão criativa de dimensões e rapidez nunca antes vista. A revolução da informação. Tem tanto de promissora como o seu efeito imediato é esmagador.
Desenganem-se os que acreditam em dobragens dos cabos sem tormentas. Na boa esperança confrontam-se forças tão gigantescas que para uma se impor a outra terá se cair com estrondo. A revolução da informação trará em breve um mundo incrível de oportunidades, mas antes vai deprimir e destruir quase outras tantas actividades caducas.
Todas as actividades que transaccionam informação com base na sua escassez estão condenadas a desaparecer. Notários, Jornalistas, Tradutores, e outras funções que se limitam a reportar, não terão mais lugar na economia dos próximos 10 anos.
Da sua forma actual, acabam todas as outras actividades de serviço cuja função principal envolve a recolha e processamento de informação. E estão são muitos mais, bancários, administrativos, advogados e quase todos na indústria dos serviços, serão privada da sua actividade de recolha e colecção de informação, para se dedicarem exclusivamente à produção de informação e análise construtiva da mesma. Acaso tenham a capacidade para tanto, pois é um talento que escapa à grande generalidade da força de trabalho do presente.
Voltando ao facto inicial. As indústrias dos serviços, nas quais trabalham a maioria das pessoas do mundo, tinha uma relação com a informação de simples recolecção, como caçadores pré-históricos de dados de geração espontânea. Estamos a entrar agora numa segunda fase, a era em que a informação está toda tão completamente disponível que o valor dela se torna nulo, a não ser que seja transformada.
Todas as implicações desta transformação estão ainda por aparecer, mas a depressão que a precede, já começou a doer.