Se numa biblioteca, os livros podem ser usados livremente e lidos por várias pessoas, isso não será uma transgressão dos direitos de autor? Então, qual o motivo para que as bibliotecas possam distribuir os livros que possuem sem custos?
Se quisermos aprofundar o que é uma biblioteca, encontramos na actividade alguns paradoxos interessantes. Por exemplo:
- As bibliotecas destinam-se a promover a leitura de quem não pode comprar livros, mas algumas delas cobram pelo seu serviço e que se saiba nenhuma biblioteca faz controle de pobreza à admissão.
- Os autores e editores não consideram a quantidade de vendas perdidas por leitura numa biblioteca relevante, significando que muito pouca gente as usa. Ainda assim, apesar da irrelevância para a leitura, as bibliotecas são abundantemente subsidiadas.
O que são apenas detalhes, se repararmos que as bibliotecas são resquícios de um mundo analógico, que não têm lugar numa economia digital. Bastaria digitalizar os livros de uma biblioteca grande, colocar esse espólio online e deixam imediatamente de ter sentido quase todas as bibliotecas locais.
Certo, os autores e editores não iam gostar dessa explosão de acessibilidade. Mas como já se percebeu, a condição para os autores e editores tolerarem as bibliotecas é que estas sejam essencialmente inúteis na distribuição dos seus livros. Afinal os autores/editores são concorrentes, inimigos, rivais das bibliotecas. ou seja, as bibliotecas são uma coisa que os autores/editores toleram desde que seja inexpressivo o seu impacto.
Agora, à medida que vamos digitalizando a informação, caminhamos para o inevitável. A informação não tem valor, os direitos de autor são uma ficção. Afinal, é a simples lei da oferta e da procura. Na internet a informação está infinitamente disponível, portanto o seu preço é infinamente baixo, zero. Editores e Bibliotecas vão deixar de ter com o que se arreliar.